Medida reverte suspensão de 90 dias e garante continuidade dos programas financiados pelo PEPFAR em 55 países
Em um novo giro na política externa norte-americana, o presidente Donald Trump autorizou, nesta quinta-feira, a retomada imediata dos serviços de combate ao HIV, revertendo a suspensão de 90 dias imposta logo após sua investidura. A decisão, formalizada por meio de uma “Excepção Humanitária de Emergência”, permite que as agências implementadoras do Plano de Emergência do Presidente dos EUA para o Alívio do HIV/SIDA (PEPFAR) retomem, sem delongas, os serviços de prevenção e tratamento – incluindo o de transmissão do HIV de mãe para filho – em 55 países ao redor do mundo, dentre os quais Moçambique figura como um dos principais beneficiários.
A medida surge em meio a intensas pressões internacionais e apreensões quanto aos impactos negativos da paralisação temporária dos financiamentos destinados a programas essenciais de saúde. O bloqueio do repasse dos recursos, que afetava diretamente milhões de pessoas, foi amplamente criticado por organismos globais e governos locais, que temiam a interrupção dos cuidados e o consequente aumento dos índices de transmissão do vírus.
Em Moçambique, o apoio fornecido pelo PEPFAR tem sido fundamental na luta contra o HIV/SIDA. Nos últimos vinte anos, o programa já investiu mais de 5,2 bilhões de dólares no país, garantindo que aproximadamente 2,05 milhões de pessoas em tratamento pudessem manter o acesso contínuo aos medicamentos antirretrovirais. Segundo as informações disponíveis, a retomada dos serviços é crucial para evitar a interrupção dos tratamentos e prevenir o surgimento de cepas resistentes do vírus. citeturn0search1
De acordo com a nota divulgada pelo Departamento de Estado dos EUA, a exceção humanitária autoriza a retomada imediata de atividades essenciais, englobando desde testes de HIV até o encaminhamento para terapias antirretrovirais. A ação representa um recuo da política anterior, evidenciando a sensibilidade da administração diante do cenário global de saúde e da necessidade de preservar os avanços conquistados no combate à pandemia do HIV/SIDA.
Especialistas em saúde e representantes de organizações internacionais saudaram a decisão, afirmando que a continuidade dos serviços de prevenção e tratamento é vital para manter os progressos na luta contra a doença. Em um contexto onde muitos países de baixa renda dependem fortemente do apoio externo, a medida reforça o compromisso dos Estados Unidos com a saúde global, mesmo em meio a reestruturações na política externa norte-americana.
Enquanto as agências de saúde em Moçambique e em outros países beneficiados aguardam a implementação completa da retomada, a comunidade internacional segue atenta aos desdobramentos dessa mudança. A expectativa é de que, com o retorno dos serviços, os impactos negativos da suspensão temporária sejam mitigados, garantindo a continuidade dos cuidados a milhões de pessoas vulneráveis.
— Com a retomada do apoio, damos um importante passo para assegurar que os avanços na luta contra o HIV não sejam revertidos — destacou um porta-voz do setor de saúde, enfatizando a importância da estabilidade nos financiamentos para a manutenção dos programas de prevenção e tratamento.
A decisão de Trump reafirma a relevância das ações humanitárias no contexto das políticas externas e sinaliza uma possível flexibilização nas medidas de contenção de ajuda externa, em resposta às demandas e críticas internacionais.


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